Pequenos negócios dentro de comunidades carentes costumam ter dificuldades para crescer por falta de capital de giro e acesso a crédito. Mas são eles que dão ocupação e renda a milhares de pessoas que estão fora do mercado de trabalho formal. Por isso, um projeto do Rotary Club de Jundiaí Serra do Japy está oferecendo microcrédito a pequenos empreendedores da cidade do interior paulista.
Na busca por projetos sustentáveis, os associados do clube se depararam com a possibilidade de oferecer microcrédito a pequenos empreendedores. Após alguns anos de estudo e a conquista de parceiros que tornariam o projeto viável, o clube busca, agora, seus primeiros beneficiários.
Profissionais que atuem como cozinheiras, cabeleireiros, manicures ou em outros pequenos negócios são pessoas que podem se beneficiar do projeto de microcrédito. Os valores a serem emprestados variam de R$ 500 a R$ 4 mil.
“O objetivo do microcrédito é atender aquela pessoa que não tem acesso ao crédito em bancos convencionais”, destaca Alexandre Censi, rotariano que lidera o projeto no clube. Ele lembra que os bancos tradicionais fazem exigências de documentação e condições que, na maioria das vezes, as pessoas que vivem em comunidades não conseguem atender.
É aí que entra em cena um dos parceiros desse projeto, o Banco do Povo Crédito Solidário (BPCS). O BPCS é uma Organização da Sociedade Civil de Interesse Público que oferece serviços de microfinanças a empreendedores populares e de baixa renda. Representantes do banco vão até as comunidades para conhecer os interessados em adquirir o microcrédito e entender como seus negócios funcionam.
“Com o nosso projeto aqui, quisemos criar um ecossistema de forma que você pudesse ter dinheiro, ou seja, o crédito, e que pudesse ter instrução em empreendedorismo, instrução em finanças”, explica Censi.
Nesse ponto, entram outros parceiros do projeto, como o Fundo Social de Solidariedade, que ministra diferentes cursos de formação profissional, a TVTEC, órgão municipal que oferece cursos de informática, e o Sebrae, que irá oferecer cursos na área de empreendedorismo aos beneficiários.
“Está contemplado, junto com o empréstimo, dois cursos: ‘Controle do fluxo de caixa’ e ‘Composição do custo da mercadoria vendida’. São cursos online do Sebrae com duas horas de duração. E o Sebrae também se comprometeu a dar uma consultoria presencial para esse pessoal”, destaca o rotariano.
A viabilização desse projeto só foi possível graças aos aportes feitos pelo clube de Jundiaí, por clubes parceiros dos Estados Unidos e da Índia e pela Fundação Rotária. O investimento total foi de US$ 30 mil, ou R$ 170 mil, valor que vai ser aplicado integralmente para financiar os empréstimos aos beneficiários, já que os materiais de divulgação do projeto foram cedidos gratuitamente pelo BPCS.
“Esse projeto é para financiar negócios em andamento de pessoas físicas e de MEIs (microempreendedores individuais)”, diz Censi. Seu Rotary Club também acompanha as visitas aos potenciais beneficiários. Por ora, o projeto atende apenas aos residentes da cidade de Jundiaí.
No início deste mês, o projeto conquistou sua primeira beneficiária, a cozinheira Adriana do Santos Miranda, que irá utilizar o crédito para comprar um novo equipamento para sua cozinha, onde trabalha preparando marmitas.
Segundo Censi, o dinheiro pode ser empregado para compra de materiais, contratação de um novo funcionário, capital de giro, ou outros fins que ajudem o negócio a se desenvolver.
Quem for morador de Jundiaí, se encaixar nos critérios mencionados neste texto e tiver interesse em conseguir um microcrédito pode entrar em contato pelo Whastapp (11) 97638-2406.
Por Aurea Santos, especialista em Comunicação no escritório do Rotary International no Brasil